Radiônica – Entrevista de Malcolm Rae
- Anderson Antonio Barros e Silva
- 22 de abr. de 2023
- 9 min de leitura

Malcolm Rae, este simpático Sr. da foto ao lado, foi um dos maiores nomes da Radiônica de todos os tempos. Além de construir novos aparelhos Rae foi um dos responsáveis pela mudança de alguns paradigmas da Radiônica, como todos poderão ver pela interpretação que ele dá a diversas questões que lhe são propostas.
Esta entrevista foi publicada no livro Dimensões da Radiônica, de David Tansley – Editora Pensamento, um livro que recomendo a todos.
Penso que muitos leitores do livro mencionado não deram a devida atenção a esta entrevista, talvez pela forma pouco atraente da diagramação original, mas sou convicto da importância desta entrevista para todos os praticantes de Radiônica, devido a relevância dos conceitos apresentados e da precisão do termos empregados.
Com a palavra David Tansley.
“O artigo que se segue, da autoria de Malcolm Rae, intitulado Radionic Instruments and Rates, foi escrito para os leitores de The Radionic Quarterly. Nele, foi adotada a forma de “perguntas e respostas” a fim de transmitir o maior teor possível de informações com o menor número de palavras. Veremos que as razões por ele oferecidas para a necessidade de instrumentação nesta concepção da cura complementam e ampliam aquelas já enunciadas na parte inicial deste capítulo.
O que é um instrumento radiônico?
Esta pergunta deve ser subdividida em:
O que é um instrumento?
É (citando o Third New lnternational Webster’s Dictionary) “um dispositivo de medição destinado a determinar o valor presente de uma quantidade sob observação: (por extensão) um dispositivo (para controlar, registrar, regular, computar) que trabalha com dados obtidos a partir deste dispositivo de medição” .
Um instrumento radiônico é, por conseguinte, um instrumento destinado a medir qualquer unidade empregada na radiônica e/ou para exercer as funções de controle, com base nos dados obtidos por essa medição.
Qual é a unidade de medida com que trabalha o praticante da radiônica?
É a medição de um pensamento.
O que é um pensamento?
É uma proporção, ou um complexo de proporções. Pensar é a atividade de manipular proporções e complexos de proporções, e um pensamento é um “padrão cristalizado” de proporções num dado momento deste processo. Eis uma ilustração da relação entre pensamento e proporção: se o leitor é instado a pensar apenas na página sobre a qual vêm impressas estas palavras, seu primeiro ato será diferenciar a página do que a rodeia. De fato, ele estabelecerá para si mesmo uma proporção primária entre “página” e “não-página”. Da mesma forma, um instrumento radiônico é um dispositivo para medir o pensamento por intermédio de suas proporções equivalentes: e um meio de controlar, através da aplicação do pensamento, expresso sob a forma de proporções equivalentes, aquelas áreas suscetíveis a este mesmo controle.
Tal instrumento de medição pode funcionar sem a ajuda de um operador humano?
Não. Assim como um receptor de rádio também não pode transmitir informação na ausência de ouvidos para ouvi-Ia.
Que sentido é usado para apreender a “saída” de um instrumento radiônico de medição?
O sentido radiestésico ou de prospecção.
O sentido radiestésico necessita, para funcionar, de algum instrumento?
Não.
Por que, então, há necessidade de um instrumento para efetuar as medições?
Pelas razões que se seguem, a combinação de sentido e instrumento proporciona melhores resultados do que se apenas o sentido fosse usado:
O sentido radiestésico funciona no nível intuitivo e deve ser expurgado o máximo possível de intromissões do intelecto e da imaginação.
O sentido radiestésico é sensível apenas ao pensamento.
Quando usado juntamente com um instrumento que define o pensamento por ele selecionado para ser medido, o sentido radiestésico do operador pode conseguir, sem muito esforço, medidas mais apuradas e precisas do que seria possível se ele tivesse que gerar e se esforçar para manter intocado na mente o item específico que ele se dispôs a medir.
Se o leitor duvida disso, que ele próprio faça o seu teste, ouvindo simultaneamente cinco ou seis programas de rádio para saber com quanta precisão e clareza ele é capaz de entender o que está sendo dito em cada um deles na presença de interferência dos outros.
Existe alguma justificativa especial para o uso de instrumentos no tratamento radiônico, quando se sabe que este tratamento consiste em oferecer pensamentos terapêuticos ao paciente?
Sim.
Dispensar um tratamento sem recorrer a qualquer instrumento exige, com efeito, que o praticante “sustente o pensamento terapêutico” na mente sem vacilar, durante todo o tempo que durar o tratamento, sem permitir que outros pensamentos o afetem, como também exige que o praticante disponha da energia para projetá-Io.
Através da utilização do instrumento, o pensamento pode ser estabilizado por quanto tempo for preciso, pode ser duplicado exatamente em outras ocasiões, se o operador assim o desejar, e a energia necessária para projetá-Io independe do operador.
Assim, por meio de “dispositivos de controle” – ou projetores radiônicos -, a natureza exata, a intensidade e a duração do “pensamento terapêutico” oferecidas ao paciente podem ser determinadas seguramente: e com o uso simultâneo de vários instrumentos, muitos pacientes podem ser atendidos ao mesmo tempo.
Qual é a fonte da energia que dá origem aos pensamentos?
É o magnetismo ou, antes, um de seus aspectos.
Quais são as suas características?
Tal energia está presente no campo que se forma ao redor de qualquer magneto, inclusive da Terra, e exerce um “influxo” sobre o seu centro virtual, bem como uma potência desenvolvida à volta de toda a periferia do magneto.
Acredita-se que o campo seja constituído por um espectro de ondas estáveis de freqüência ultra-elevada – ou seja, pulsações que não apresentam desvio exterior em relação à sua fonte, contendo as características de todos os pensamentos possíveis a todos os homens, passados, presentes e futuros.
Assim, é possível para o cérebro, ou para um instrumento radiônico programado pelo cérebro, selecionar qualquer pensamento definível a partir desta fonte através da “sintonização às suas proporções”.
De que modo um instrumento radiônico é “sintonizado às proporções de um pensamento”?
A fim de responder a esta pergunta, deve-se considerar primeiramente as principais características do que se entende por “proporções”. São elas:
Um conjunto de proporções jamais é afetado pela grandeza de seus componentes. Não há, por exemplo, nenhuma diferença entre a razão de um para dois cruzados, nem de Cz$ 10.000 para Cz$ 20.000.
A relação, proporção ou razão é, em cada caso, de “um para dois”.
A proporção pode ser expressa de duas maneiras:
Numericamente
Geometricamente – ou espacialmente.
A expressão numérica exige um cérebro ativo para decifra-Ia, ao passo. que a expressão geométrica pode ser decifrada por intermédio da aplicação de uma energia não-ativa apropriada. A analogia seguinte servirá para ilustrar as funções de cada uma das formas de expressão:
Um compositor “concebe” uma sinfonia.
Ele anota as suas ideias sob a forma de uma partitura, cujos símbolos representam as frequências e durações das notas a serem executadas.
Os integrantes de uma orquestra, usando de seus cérebros e da destreza manual para interpretar estes símbolos, executam a sinfonia.
Esta execução é gravada fonograficamente, contraindo-a assim a uma simples unidade de tempo, porém estendendo-a espacialmente ao longo dos sulcos do disco, que apresenta ondulações físicas que, na verdade, são padrões geométricos que representam a execução – que representam a partitura – que representam as idéias do compositor.
Para reproduzir tão fielmente quanto possível as ideias originais do compositor, basta aplicar ao disco a forma apropriada de energia – isto é, a rotação mecânica mais uma agulha capaz de responder às ondulações do sulco.
Nesta analogia, acentua-se a necessidade que tem o cérebro ativo de decifrar as “razões numéricas” da partitura, ao passo que o mecanismo do toca-discos é tudo o que se exige para decifrar a representação geométrica do sulco no disco.
Os instrumentos radiônicos, muitos dos quais possuem mostradores numéricos para afinar o instrumento a um determinado pensamento, utilizam representações numéricas?
Não. Em todos os modelos, pelo que sei, a finalidade da escala numerada é a de possibilitar a construção de um padrão de proporções espaciais conhecidas dentro do instrumento.
Por exemplo, “5 – 9 – 6” são os números selecionados em três mostradores consecutivos de um determinado instrumento; todos os outros mostradores permanecem estacionados em 0. O padrão geométrico criado no interior do instrumento será:

(Os condensadores C1 e C2 – ou outro meio equivalente -, entre as escalas ajustáveis, que na maioria dos casos são potenciômetros de rádio, servem para impedir que o comprimento dos fios de ligação se torne parte integrante da proporção.)
Outros tipos de instrumentos radiônicos usam também representações geométricas de proporção para alcançar a sintonia com o pensamento?
Sim. Os dois instrumentos mais conhecidos que não usam mostradores são o recente “Peggoty”, fabricado pelo Sr. Butcher, e que se vale de um método simples e rápido para ajustar as proporções desejadas através de pinças presas a terminais apropriados, e os instrumentos idealizados por mim para a operação com cartões, que empregam figuras geométricas consistindo de um certo número de repartições do círculo através de linhas que ligam o seu centro à sua periferia. O cartão usado neste tipo de instrumento assemelha-se, na verdade, à superposição sobre um centro comum dos vários mostradores consecutivos dos instrumentos, embora, devido a um certo número de motivos, a posição das repartições sobre o cartão não coincida exatamente com aquelas estampadas nos mostradores.
O que é exatamente que o praticante mede quando está fazendo uma análise com o seu instrumento?
Ele mede o grau de divergência entre o pensamento ótimo de uma determinada faceta de seu paciente e a configuração do pensamento que representa as condições efetivas desta mesma faceta.

Como isso é feito?
Se o instrumento em questão destina-se a que o praticante possa encontrar apenas um estado de equilíbrio, os seus mostradores estão ajustados aos números (ou “índices”) para prover a melhora da faceta sob investigação, que é comparada pelo praticante com informações, obtidas a partir de uma amostra de cabelos do paciente, do estado efetivo dessa mesma faceta do paciente. O instrumento vai sendo progressivamente ajustado com base no estado ótimo, através da lenta rotação de um sintonizador ou mostrador de “equilíbrio”, até que o praticante perceba um ponto de equilíbrio entre o instrumento e o paciente. Neste ponto, a leitura apresentada no mostrador de equilíbrio, indicando o grau de defasagem em relação ao ponto “ótimo”, é equivalente à intensidade do distúrbio.
De que modo o praticante percebe o “ponto de equilíbrio”?
Geralmente, por meio de:
Um detetor “stick-pad” que possibilita ao praticante tomar conhecimento das modificações, que de outro modo teriam passado despercebidas, no comportamento das glândulas sudoríparas de seus dedos.
Um pêndulo, capaz de amplificar as tênues vibrações neuromusculares de seu braço.
Ambos os métodos baseiam-se no fato de que o homem é capaz de responder a um “estado de coincidência” entre realidades sobre as quais ele volta a sua atenção, e tanto a forquilha de detecção como o “pêndulo” servem para ampliar tais respostas de modo que o praticante se torne ciente delas.
Um dos métodos apresenta alguma vantagem sobre o outro?
Sim. O pêndulo.
Por quê?
Porque ele é menos sujeito às influências ocasionadas pela alteração da umidade da pele do praticante, pela fadiga ou pela umidade do ambiente em que esteja trabalhando.
Porque a combinação de pêndulo e gráficos, quando perfeitamente dominada pelo praticante, pode proporcionar-lhe de modo direto um número muito maior de informações do que o poderia a forquilha de detecção.
De que maneira os dados, numéricos ou geométricos, que representam um pensamento, são obtidos?
Eles são obtidos por um radiestesista treinado, capaz de ajustar os mostradores de um instrumento até o ponto de equilíbrio com um pensamento que ele seja capaz de sustentar, sem vacilação, pelo tempo suficiente para conseguir o seu intento; ou, então, através de alguma conversão equivalente do pensamento a uma representação numérica, utilizando um gráfico numerado e um pêndulo. Ambos os métodos são aludidos pela expressão “achar a proporção”.
Há requisitos especiais para se achar a proporção?
Sim, é essencial que o “descobridor” compreenda a diferença que há entre “descobrir” e “inventar”. “Descobrir” ou “tomar ciência do que já existe” é atribuição da intuição, ao passo que “inventar” é uma atribuição da imaginação.
Por que esta distinção é tão importante?
As proporções numéricas e os padrões geométricos podem ser ambos tomados como “símbolos” para os pensamentos. Os símbolos podem ser divididos em duas espécies distintas, que são:
Os que representam os pensamentos por meio do qual o Criador deste Universo o definiu, bem como a cada uma de suas funções e estruturas, inclusive em relação a si próprio. Em relação à existência de qualquer homem, estas são permanentes, tendo provavelmente a duração de vida do próprio Universo. São, por conseguinte, importantes, e poderiam ser consideradas como o “programa” do Universo; estão de acordo com a Lei Universal e podem ser descobertas – mas não inventadas, posto que já existem.
Os que são inventados pelo homem. Estes, provavelmente, são muito menos estáveis e geralmente perdem o seu sentido tão logo o seu inventor, ou aqueles que acreditam nele, deixam de mantê-los vivos. Em geral, são mais complexos que os símbolos do Universo.
Para que sejam universalmente válidos e não venham a perder a sua significação, é naturalmente essencial que as representações numéricas ou geométricas sejam símbolos da ordem universal.
Conforme o que precede, como se poderia sintetizar a finalidade de um instrumento?
Da seguinte forma:
Um instrumento radiônico é uma das peças de um dispositivo destinado a auxiliar o praticante com sensitividade radiestésica a desempenhar o seu trabalho:
do modo mais eficiente possível;
do modo mais eficaz possível;
com o menor esforço possível.
O instrumento não é essencial para todo e qualquer praticante, mas o seu uso certamente proporcionaria melhores resultados sob todos os sentidos.
Existem pouquíssimos praticantes capazes de desempenhar o seu trabalho com a máxima eficiência sem o concurso de instrumentos de qualquer espécie, mas certamente trata-se de “artistas”, incapazes de transmitir seus conhecimentos a outros, portanto limitados em termos de contribuição à humanidade pelo seu desempenho individual.
A utilização de um instrumento e de um método convencionado (porém não de modo rígido) de empregá-lo fornece uma base tanto para a comparação dos resultados, como para a acumulação de um volume de conhecimentos passíveis de serem trabalhados, e também para fins didáticos.”
Sobre o autor:
Presidente da Associação Brasileira de Radiestesia e Radiônica (ABRAD). Possui formação ainda nas áreas de acupuntura, reiki, hipnose, magnetismo e outras, que utiliza de forma sinérgica em seu trabalho. Atualmente se dedica a atendimentos na área de radiestesia empresarial, auxiliando profissionais e empresas a atingirem seus objetivos.
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